No mês de abril aconteceram coisas jamais vistas na Cidade do Rio de Janeiro. Falta de dinheiro deixou os funcionários públicos sem dinheiro para pagar passagens de ônibus para irem trabalhar; aposentados da polícia indo almoçar em quartéis (naqueles que tinham rancho, pois na maioria nem isso tinha). Da falta de alimentação nos quartéis e postos da polícia militar à falta de papel para impressão nas delegacias; da falta de vergonha dos governantes em não pagarem os salários devidos ao funcionalismo ao absurdo de deixarem os aposentados quase dois meses sem qualquer amparo e sem rendimento – o Rio de Janeiro ficou entregue às baratas.
cabo Altamir cruz tenta ir andando da Ilha até Niterói
No noticiário diário o que se via dava vergonha de ver:
Dois cabos do Corpo de Bombeiros, Felipe e Ângelo, foram flagrados e fotografados depois de saírem de casa, à pé, às 5h da manhã, do bairro Xerém, de Duque de Caxias, Baixada, em direção ao bairro de Copacabana, onde trabalhavam – uma caminhada de 54,9 quilômetros.
Outro flagrado indo trabalhar à pé foi o, também, cabo Altamiro Rodrigues da Cruz, morador da Ilha do Governador, que foi andando até Charitas, em Niterói. Quantos não fizeram isso!!
A explicação dada é muito simples: Os R$ 100 de auxílio transporte que recebem desde 2011 vem junto com o pagamento. Se não há pagamento também não tem dinheiro para o transporte.
Fonte: Extra
Outro assunto que ganhou destaque nesse mês de abril, ainda abrangendo o escândalo da falta de dinheiro no Rio de janeiro foi o segundo emprego improvisado dos servidores.
Se o governo não tem dinheiro para pagar o servidor, o que fazer para pagar as contas vencidas de Água, Luz, Prestações, Remédios, Alimentação da Família etc? Todos precisam de dinheiro para viver!! Se no emprego que se tem, vencido o mês, o dinheiro não saiu, e dão como previsão quase um mês para a frente para o recebimento, como ficam as contas e as famílias. Claro que diante de um quadro lamentável como esse o governo, praticamente, induz o funcionalismo a um ‘se vira’, ‘é cada um por si’.
Porém, junto com a necessidade de se cumprir com as obrigações mensais, vem a oportunidade também daqueles mais espertinhos que armam, já há algum tempo, na intenção, claro, de melhorar a renda. Muitos pediram afastamento para tratamento médico e aproveitaram para faturar uma graninha a mais – ganhar em cima da crise, mas aí… o bicho pegou!
O cabo Marco Aurélio Martins de Andrade, do 31º BPM (Barra da Tijuca), recebeu voz de prisão por estar vendendo peixe em uma feira livre durante o período de Licença para Tratamento de Saúde (LTS).
Outras duas policiais militares foram presas por exercerem atividades laborais no período que deveria ser destinado a tratamentos médicos.
Uma segundo sargento (lotada no Batalhão de Policiamento em Vias Expressas – BPVE) foi presa após ser flagrada trabalhando como veterinária em uma clínica de no bairro Paciência.
Também foi presa a auxiliar de enfermagem do Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), por volta das 8h30, trabalhando na Unidade Neonatal da Maternidade Leila Diniz, na Barra da Tijuca. A auxilar de enfermagem estava licenciada no período de 27 de março a 3 de maio.
A Polícia Militar começou a investigar policiais que se encontram de LTS, mas que seguem exercendo outras atividades. Nos corredores dos batalhões da corporação, os militares comentam que as Delegacias de Polícia Judiciária Militar estão realizando uma espécie de “caça às bruxas”
A Corregedoria Interna está atrás de outros policiais que estão trabalhando como motoristas para o aplicativo Uber.
Para evitar que os policiais militares entrem com pedidos de Licença para Tratamento de Saúde, os atendimentos foram temporariamente suspensos na clínica de psiquiatria da PMERJ. Circular afixada nos corredores da unidade pedia aos agentes que entrassem em contato com o setor de marcação de consultas.
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