Depois de atrasos no pagamento de salário, décimo terceiro, crise na educação, saúde, agora mais uma bomba para os servidores do Estado, especialmente para nossos policias militares. Segundo uma publicação de um jornal de grande circulação da última sexta-feira (15/01/2016), enfermeiros do Hospital Central da Polícia Militar (HCPM), no Estácio, região central da cidade do Rio de Janeiro, foram deslocados de suas funções para atuarem na cozinha da unidade.
De acordo com a publicação do jornal, a denúncia foi feita por policiais militares que trabalham na unidade e a medida foi tomada para suprir a ausência dos funcionários da empresa terceirizada que atua no hospital, mas que entraram em greve por causa do atraso nos pagamentos também feitos pelo Estado. Segundo os policiais, os atendimentos na unidade estariam sendo prejudicados, por causa da reformulação das escalas de trabalho, e em tese o desvio de função por parte de alguns funcionários.
Agora meus amigos, prestem a atenção na declaração de um dos policiais que não quis se identificar durante a entrevista ao jornal “Estudamos para trabalhar na saúde e não na cozinha. Se um policial for ferido vai ficar sem atendimento porque o centro cirúrgico não está funcionando por falta de profissionais”. A acusação foi obviamente negada pelo diretor da unidade, que afirmou que “em hipótese alguma os serviços médicos estão sendo prejudicados”. Segundo a corporação, não houve interrupção.
Assinap comenta o caso
Chegou ao nosso conhecimento, através de denúncias em nosso Assinap-Denúncia – (21) 96495-0067, de que policiais militares que estariam atuando na limpeza, cozinhando e servindo. Ora em tese, isso não seria desvio de função? O PM de tropa, que fez o concurso público para defender a sociedade, e o PM da área de saúde, prestou concurso para os policiais combatentes.
A pergunta que fica no ar, é como um diretor de um hospital toma uma decisão como essa? Provavelmente cometendo o crime de desvio de função, é importante que os PM’s que vão para a unidade de saúde tenham conhecimento desse fato, afinal de contas com essa situação calamitosa, PM’s e familiares podem até contrair uma doença infecciosa. Nós da ASSINAP temos plena condição de ajudar o hospital e principalmente os policiais, colocando a disposição funcionários, até que a situação normalize.
Fomos até o secretário do comando geral da PM e fizemos a seguinte proposta: Caso queiram, a ASSINAP fará uma avaliação dos elevadores que estão sem uso no prédio, há mais de oito anos, para que coloquemos pelo menos um deles em funcionamento, para atender os casos de maior necessidade como de um portador de deficiência física, que hoje precisam pedir auxílio a outros policiais para se locomoverem dentro da unidade. Oferecemos também ao secretário da do Comando da PM, nossos serviços ao hospital, afinal de conta o dinheiro que arrecadamos de nossos associados mensamente é deles próprios, e precisa ser investidos neles mesmo. Oferecemos essa ajuda, até que a crise termine e tudo se restabeleça.
O que realmente acontece, é que vaidade de muitos, não permite que a nossa associação participe, pois sabe que se encontrarmos irregularidades, denunciaremos, doa a quem doer, não protegeremos ninguém que esteja envolvido com corrupção.
São por essas e outras ações que nossos funcionários são impedidos de distribuírem nossos jornais. Muitas vezes recebemos a informação que alguns oficiais encaminham a ordem da proibição do informativo no local, provavelmente por que não aguentam ler a verdade. Outros já nos dizem que estamos exagerando e que a informação que estamos disseminando não é verdade. Ou seja, além de não podermos distribuir nosso informativo, também não conseguimos acompanhar de perto todas as ações que são tomadas dentro do hospital, então se não nos deixam acompanhar, isso pode ser um sinal de eles possuem coisas a esconder. Agora se algum desses oficiais repressores vier tentar coibir nossas ações pelo entorno do hospital ou dos batalhões, pois acionaremos a delegacia mais próxima e juridicamente, além de dar “nome aos bois” em nossa próxima edição do jornal.
Conseguem ver a que nível de calamidade pública chegou o Rio de Janeiro? Um caos foi instaurado no Estado, todos os setores estão sendo prejudicados, segundo nosso governador devido a problemas com os royalties do petróleo que a cidade recebe, e os escândalos envolvendo a Petrobrás. Chegamos em 2016 com problemas maiores que já enfrentamos em 2015, é inadmissível que nossos policiais que lutam diariamente contra a criminalidade no Estado, corram risco de morte por causa da ineficiência do poder público. A segurança do nosso Estado está ameaçada com tais medidas, esse momento propõe para nós que servimos ao Rio de Janeiro que usemos da reflexão, e tomemos as providências para que a situação não em nosso Estado, que em agosto sediará na cidade do Rio a maior competição esportiva do mundo, as Olimpíadas, além da proximidade das eleições no segundo semestre de 2016.
O melhor disso tudo é descobrir que o diretor do hospital é mágico, afinal deslocar pessoas de suas funções para desempenhar outras, não atrapalha o andamento da unidade hospitalar.
Fonte: ASSINAP